Alfenas iniciou a imunização da população infantil de 5 a 11 anos contra Covid-19, sendo que as primeiras doses serão destinadas às crianças com comorbidades, deficiência permanente, quilombolas e indígenas.
A vacina utilizada será a da Pfizer, que é específica para crianças, conforme explicou o secretário de estado de saúde Fábio Baccheretti no último dia (13/01), quando anunciou que Minas Gerais receberia cerca de 110 mil doses do imunizante.
Qual a importância de se vacinar as crianças contra Covid-19?
Em primeiro lugar é justamente proteger essa população de uma doença e de um risco de morte imunoprevenível. Isso é uma questão civilizatória. Ao mesmo tempo, especialmente no cenário da variante ômicron, é necessário ter como alvo a cobertura vacinal da população total, dentro da qual, é claro, estão as crianças.
Para se entender um pouco melhor, a quantidade de pessoas não suscetíveis que precisamos ter para conter o crescimento do contágio da ômicron hoje é de 95% da população total. E nós só conseguiremos chegar nessa marca se somarmos de modo dinâmico a cobertura vacinal, o número de pessoas que já se infectaram e as medidas de prevenção não farmacológicas, principalmente o uso correto das máscaras.
A vacina para crianças é segura como a dos adultos?
A vacina para as crianças é tão ou mais segura do que para adultos. Lembrando que as doses para as crianças foram desenvolvidas especificamente para esse público. E os estudos protocolares de biossegurança foram realizados em todas as suas fases antes de se autorizar a vacinação das crianças. Quer dizer, não é uma vacina experimental.
Ao vacinar as crianças contra Covid-19 e os adultos completarem o esquema vacinal, pode-se diminuir o número de contaminados por estas variações do vírus?
Sim, e isso é fundamental porque quanto mais contágio por mais tempo, mais risco de surgirem novas variantes de preocupação. Essa diminuição do contágio acontece porque nós diminuímos o número de suscetíveis, contribuindo para que o número de reprodução efetivo, a taxa de transmissão em tempo real na população fique menor do que 1, ou seja, uma pessoa transmite para menos de uma outra pessoa e com o tempo os casos vão acabando.
Mas, também é verdade que, apesar de a vacina proteger também contra a infecção (o contágio), ela é mais efetiva em evitar casos graves e mortes. Com a ômicron, esse poder de evitar o contágio diminuiu, daí o número explosivo de casos. Mas, sem a vacina, o cenário seria muito pior em termos de casos e mortes.
Temos também que nos preparar, possivelmente, para a quarta dose ou, mais provável, usarmos vacinas de segunda geração, quer dizer, vacinas feitas também com a variante ômicron. A Pfizer, por exemplo, já planeja o lançamento de nova vacina feita a partir da ômicron para março deste ano.
Assim é com a gripe. A covid-19 será uma doença com a qual a gente “mora”, quer dizer, endêmica, podendo ocorrer casos ao longo do tempo, mas em níveis baixos e controlados e se evitando casos graves e mortes com a vacinação.
Comentários: