Movimento visa arborizar e reflorestar a cidade em parceria com a sociedade civil e com instituições públicas e privadas.
A arborização e o reflorestamento da cidade estão em pauta com o movimento Reflorestar Alfenas: pensar global, agir local, lançado pela Secretaria do Clima, Sustentabilidade e Inovação Social de Alfenas (Secsis).
O lançamento do movimento ocorreu na prefeitura na última terça-feira (05/10), com a participação de representantes do legislativo, de órgãos de defesa do meio ambiente e de instituições públicas e privadas, que puderam conhecer os objetivos e as formas de atuação do movimento Reflorestar Alfenas.
O prefeito de Alfenas, Luiz Antônio da Silva, ressaltou que o mundo inteiro está voltado para a questão climática e de preservação da natureza e podemos dar exemplo com este movimento de arborização e reflorestamento, a fim de orientar as pessoas sobre o plantio correto de árvores, para que sejam adequadas a cada local e para que não haja conflito entre o cidadão e as árvores.
O secretário do clima, Fabrício Casarejos, explica que o movimento Reflorestar Alfenas: pensar global, agir local tem por objetivo servir de plataforma de coparticipação da sociedade civil na implementação de ações efetivas de arborização e reflorestamento voltadas a uma cidade de Alfenas com abundância de recursos, de serviços ecossistêmicos e de bem-viver e bem-estar.
Fabrício Casarejos ressalta: “Uma árvore bem plantada, bem cuidada e bem manejada na cidade proporciona uma miríade de benefícios que muitas vezes nem percebemos. As principais classes de benefícios são: serviços ecossistêmicos de provisão de alimentos, medicamentos e madeira; também de regulação da temperatura e da qualidade do ar, de polinização, absorção de água da chuva, captura de carbono; e ainda serviços ecossistêmicos culturais, que são o lazer e a recreação, a apreciação da beleza natural e a inspiração cultural.
O secretário enfatiza que recursos e serviços ecossistêmicos são os benefícios que a natureza fornece para a sociedade por meio dos seus processos naturais, que dão suporte à vida, ao bem-estar social e são eles que possibilitam atividades econômicas. Destes benefícios, são diversos os exemplos: as árvores que oferecem sombra tornando o ambiente convidativo e agradável, o equilíbrio desejável do microclima local por meio da inclusão de espaços arborizados e diferenças de temperatura de até 5° C em áreas arborizadas nas cidades de regiões tropicais.
Conforme explica o secretário, “o aumento das áreas arborizadas é essencial para amenizar o fenômeno das ilhas de calor. Ilha de calor é o aumento médio na temperatura da área urbana em comparação com a área rural de uma cidade. Essas ilhas se encontram especialmente em locais com excesso de edificações e baixa concentração de áreas verdes. Uma árvore é capaz de sequestrar em média 16,0 kg de CO2 por ano. O plantio de árvores é uma tecnologia sócio-ecológica eficaz para neutralizar emissões de CO2 e contribuir para a mitigação das mudanças climáticas”.
Fabrício Casarejos destaca que a arborização é considerada uma opção para recompor os espaços vazios, contribuir para a beleza cênica das ruas, calçadas, praças públicas assim como dos jardins e quintais das residências, gerando espaços arborizados, proporcionando melhoria significativa na qualidade de vida dos moradores, além de contribuir para a saúde física e mental. “Pesquisas apontam que as áreas arborizadas contribuem para a melhoria das funções cardiorrespiratórias e do sistema imunológico, diminuindo também o número de casos de depressão, estresse e ansiedade”, afirma Fabrício Casarejos.
O secretário destaca que a educação em sustentabilidade e a arborização urbana precisam caminhar juntas. “É vasto o rol de motivos infundados para colocar a culpa na árvore. Mas o que precisamos saber para entender que a culpa não é da árvore? Precisamos perceber que as árvores são reféns de nossa sensibilidade, racionalidade e das nossas ações ou da falta delas. Precisamos, primeiramente, de um novo olhar, de um novo pensar, de um novo modo de se relacionar com o mundo”.
Fabrício Casarejos afirma que o movimento Reflorestar Alfenas: pensar global, agir local busca engajar e energizar a sociedade civil na transição para a sustentabilidade por meio da proposição de um novo padrão de relacionamento entre as pessoas, a cidade e a natureza. A cidade é entendida como um rico mosaico de sistemas, ambientes, recursos e paisagens, como um “organismo dinâmico” que reúne pessoas, edifícios, ruas, parques, memórias e experiências. “Se quisermos uma vida com qualidade, uma população saudável, um ambiente urbano saudável, uma sociedade próspera e um legado positivo para os nossos descendentes, precisamos proativamente criar juntos uma cidade criativa e resiliente com casas, ruas, praças, parques arborizados e áreas comunitárias florestadas e biodiversas”.
O movimento Reflorestar Alfenas reafirma que a coparticipação social é uma força transformativa efetiva e que as microações locais possuem impactos em múltiplas escalas temporais e espaciais. “Atualmente, o movimento integra um grupo de trabalho de alta diversidade de atores, tais como todos nós da Secretaria do Clima, Sustentabilidade e Inovação Social, membros da Secretaria do Meio Ambiente e Codema, professores e pesquisadores da UNIFAL-MG e demais membros voluntários da sociedade civil, dentre os quais engenheiros, arquitetos, sociólogos, empresários, filósofos, artistas, técnicos, comerciantes, agricultores”, afirma o secretário.
Fabrício Casarejos relata que está sendo trabalhada a criação de um plano inteligente de arborização e reflorestamento para a cidade de Alfenas, assim como um inventário de árvores históricas para o devido tombamento. Geralmente conecta-se o patrimônio cultural às construções de valor histórico como uma igreja, pontes e esculturas, mas pouco se pensa nas árvores e jardins históricos. Algumas árvores fazem parte da memória da cidade quando ligadas a fatos marcantes ou pelo seu valor paisagístico e precisam de uma proteção especial. Em parceria com a UNIFAL-MG, será criada uma estrutura política, institucional e financeira, para realizar as ações de arborização e reflorestamento na cidade, incluindo um programa de financiamento colaborativo e trabalho voluntário. Como uma ação inédita no Brasil, iremos implementar sistemas agroflorestais públicos para servirem de centros de aprendizagem e produção de conhecimentos e técnicas, assim como centros de segurança alimentar e bem viver para as comunidades mais vulneráveis.
“O movimento Reflorestar Alfenas: pensar global, agir local está aberto a todas e todos que quiserem participar da transformação para uma Alfenas do Futuro. Juntem-se a nós e vá para onde a energia transformativa está! A ideia é de união, troca, colaboração e comunhão em prol de um bem comum - uma Alfenas saudável e próspera, acessível de forma igualitária”, finaliza Fabrício Casarejos.
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