A falta de chuva começa a preocupar com relação a manutenção da cota mínima do Lago de Furnas. Atualmente, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico, o volume útil do reservatório está em 67,98%, com 763,7 metros acima do nível do mar. A proximidade com a cota 762 faz com que exista receio de que o reservatório fique abaixo deste nível.
Há um ano, o ONS registrava 20% do volume útil. A última vez que o nível esteve neste patamar foi em agosto de 2016. Mesmo longe desta margem crítica como em 2021, o nível do reservatório tem caído diariamente.
A preocupação quanto a isso é grande por conta que o Lago de Furnas banha 34 cidades, sendo fonte de renda para muitas famílias.
O vice-presidente da Alago, Felipe Carielo, que também é prefeito de Carmo do Rio Claro, explicou o quanto o nível está baixando diariamente.
“Se compararmos em outras épocas mais críticas, o volume hoje está maior, mas não é o ideal. Se nós continuarmos com esse volume e com essa baixa na proporção em que está tendo, a gente está caindo cerca de cinco centímetros por dia em média, nós vamos chegar em pouco mais de 30 dias abaixo da 762”, disse.
Atingir este nível, segundo ele explica, é um risco para os empreendedores que dependem e investem no entorno do Lago de Furnas.
“O que a gente pede de uma forma geral, para que a gente tenha segurança jurídica, para que os empreendedores possam investir no entorno do Lago do Furnas com a certeza que a cota 762 seja respeitada com as mudanças das outorgas. Outorga é um documento que autoriza a utilização do Lago de Furnas. Hoje, essa outorga autoriza que Furnas, centrais elétricas utilizem abaixo da 762. Isso seria desastroso para nossa região”, falou.
"A nossa economia depende diretamente do Lago de Furnas, na pesca, na psicultura, na geração de emprego e renda por meio do turismo, e também para a irrigação na agricultura. Nossa região é eminentemente do agronegócio. É muito importante que o Lago de Furnas esteja acima da cota mínima que para nós o ideal é 762 acima do nível do mar”, completou.
Existe a expectativa de que a chuva venha para a região em setembro, mas não será suficiente para solucionar o déficit hídrico, ainda que seja acima de 10 mm. A justificativa, segundo a meteorologista Clara Sassaki, é de que é preciso haver constância na quantidade de chuvas, ou seja, chover bastante e por vários dias. Essa situação vai ser desta forma, conforme a profissional, no início de dezembro.
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