A gasolina deve ter uma queda de pelo menos 1,22% no mês de julho, na próxima divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação no país. É o que aponta uma projeção feita pelo economista e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Alberto Ajzental. O levantamento levou em consideração a variação de preços da gasolina nas últimas quatro semanas, divulgadas pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O preço médio do litro da gasolina recuou 17,86% no país segundo a pesquisa semanal da ANP. O combustível representa uma parcela de 6,84% no IPCA, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O professor da FGV, Alberto Ajzental, explica que o índice geral é muito sensível a variações da gasolina, diferente do diesel, por exemplo, que tem um peso de apenas 0,3% no IPCA. Além disso, o recuo no combustível pode ajudar o indicador a desacelerar neste mês.
"Cair o preço dos combustíveis traz o índice para baixo por conta do desse produto indicador. Quando se analisa o IPCA, a questão é o peso. Então não importa a variação do item, seja positiva ou negativa, o que é relevante é o peso desse item. Um peso de 6,84%, por exemplo, como é o caso da gasolina, é muito relevante.”, explica o especialista.
O economista explica ainda que apesar de o diesel afetar toda a cadeia econômica, por conta de frete, não é possível identificar como ele afeta o aumento de preços para o consumidor através do IPCA.
“É diferente da gasolina, é um produto direto ao consumidor final, então é mais claro quanto custa abastecer o carro, e o peso disso no orçamento familiar.”, destaca.
De acordo com a última divulgação do IPCA, o diesel, por exemplo, possui uma alta acumulada de 33,39% somente este ano. Só no mês de junho, o combustível apresentou alta de 3,82%. Já a gasolina, também em junho, recuou cerca de 0,72% no IPCA. Entretanto, no acumulado do ano, o combustível registra alta de 8,06%.
É importante destacar ainda que a ANP pesquisa o preço de combustíveis semanalmente em diversas cidades de todo o país, enquanto o IBGE pesquisa os preços do IPCA em 16 cidades do país. Com a redução no preço na gasolina causada pela alteração da alíquota do ICMS sobre os combustíveis, a gasolina deve apresentar o segundo mês seguido de deflação no índice do Instituto.
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