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Arrecadação federal atinge R$ 166,3 bilhões em setembro, maior valor para o mês em 28 anos

Resultado foi divulgado nesta terça (25) pela Receita Federal. No acumulado dos nove primeiros meses deste ano, arrecadação avançou 9,5%.

Arrecadação federal atinge R$ 166,3 bilhões em setembro, maior valor para o mês em 28 anos
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A arrecadação do governo federal com impostos, contribuições e demais receitas atingiu R$ 166,3 bilhões em setembro, informou nesta terça-feira (25) a Secretaria da Receita Federal.

O resultado representa aumento real de 4,07% na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando a arrecadação somou R$ 159,8 bilhões (valor corrigido pela inflação).

Também foi o maior valor já registrado para meses de setembro (comparação considerada mais apropriadas por analistas) desde o início da série histórica da Receita Federal, que tem início em 1995. Ou seja, foi o maior valor para esse mês em 28 anos.

Acumulado do ano

No acumulado dos primeiros nove meses deste ano, ainda segundo os dados oficiais, a arrecadação federal somou R$ 1,63 trilhão.

Em valores corrigidos pela inflação, totalizou R$ 1,64 trilhão, o que representa alta real de 9,5% na comparação com o mesmo período do ano passado (R$ 1,49 trilhão).

Os números da Receita Federal mostram que essa também foi a maior arrecadação, para o período de janeiro a setembro de um ano, desde o início da série histórica, em 1995.

Fatores

De acordo com o órgão, o desempenho da arrecadação de setembro foi marcado pelo recolhimento atípico de R$ 2 bilhões em Imposto de Renda e CSLL por empresas ligadas ao setor de "commodities" (produtos básicos com cotação internacional, como petróleo, minério e alimentos).

Com os preços desses produtos em alta, por conta da inflação, há um recolhimento maior de tributos.

No acumulado do ano, esse "recolhimento atípico" apontado pela Receita Federal atingiu a marca dos R$ 37 bilhões, contra R$ 31 bilhões no mesmo período do ano passado. Analistas já apontaram o efeito da inflação sobre a arrecadação neste ano.

Em contrapartida, o governo lembrou que foram reduzidos tributos sobre combustíveis e sobre produtos industriais neste ano. Somente em setembro, o corte de impostos sobre combustíveis gerou uma perda de R$ 3,75 bilhões, e a redução do IPI de outros R$ 1,9 bilhão.

No acumulado dos nove primeiros meses deste ano, entretanto, a perda de receita dos cortes de tributos sobre combustíveis e produtos industriais somou R$ 26,1 bilhões — não compensando, dessa forma, o aumento da arrecadação decorrente da alta da inflação.

A Receita Federal observou que o aumento dos juros básicos da economia nos últimos meses, atingindo o atual patamar de 13,75% ao ano, maior patamar em seis anos, também impulsionou a arrecadação. De janeiro a setembro, o IRRF sobre Rendimentos de Capital teve arrecadação de R$ 62,6 bilhões, com alta real de 62,8%.

A elevação da massa salarial foi outro fator que contribuiu positivamente para a alta da arrecadação, pois também foi registrado incremento nas receitas previdenciárias.

Superávit em 2022

A boa arrecadação do governo ajuda as contas públicas. Neste ano, a meta fiscal definida pelo governo é de déficit de até R$ 170,5 bilhões.

Entretanto, o Ministério da Economia estimou neste mês que as contas do governo registrarão um superávit primário de R$ 13,5 bilhões em 2022.

O saldo primário indica que o governo deve gastar menos do que a arrecadação do ano, sem contar as despesas com a dívida pública.

Se confirmado, será interrompida uma trajetória de oito anos com as contas no vermelho.

No ano passado, o governo registrou um déficit fiscal de R$ 35,073 bilhões, segundo números da Secretaria do Tesouro Nacional. Quando corrigido pela inflação, o rombo somou R$ 37,9 bilhões.

Apesar do resultado positivo estimado para este ano, economistas avaliam que essa melhora é pontual, pois as contas voltarão ao vermelho em 2023.

Segundo a proposta de orçamento do ano que vem, enviada no fim de agosto ao Congresso Nacional, a estimativa para o ano que vem é de um rombo de R$ 65,9 bilhões.

Com o aumento de gastos e de promessas com a proximidade das eleições, analistas avaliam que essa projeção é pouco realista, pois o rombo será maior ano que vem.

 

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