Alfenas é mais uma das cidades mineiras a entrar na disputa pela cervejaria Heineken. Um ofício foi encaminhado ao secretário de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Fernando Passalio de Avelar, manifestando interesse em abrigar uma unidade da fábrica de bebidas.
A empresa anunciou recentemente a sua desistência em instalar uma unidade em Pedro Leopoldo, na Grande BH. A decisão foi após a obra ter sido embargada pelo Justiça, que deferiu um pedido do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade. O Instituto apontou a possibilidade de um grande impacto ambiental se a fábrica fosse construída no terreno pretendido.
Após o anúncio de desistência, várias cidades mineiras passaram a manifestar interesse em ser sede da nova unidade. A lista de municípios interessados inclui Juiz de Fora, na Zona da Mata, Pirapora, Janaúba e Buenópolis, no Norte de Minas, Itaúna, na região metropolitana, além de várias outras cidades. No Sul e Sudoeste de Minas, Três Corações, Passos e São Sebastião do Paraíso manifestaram intenção de receber a cervejaria.
Ofício ao secretário
Na última segunda-feira, 20, A Prefeitura de Alfenas manifestou o interesse ao encaminhar um ofício à Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais. O documento é assinado pelo secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Ação Regional, Conrado Gomes de Souza.
Em nota à imprensa, a cervejaria informou, no início da semana, que não tem território definido para construção de sua nova fábrica, mas reafirmou o compromisso com o Estado de Minas Gerais. “A companhia está estudando outras áreas e, tão logo seja definido, anunciará o novo local em que será instalada sua cervejaria”, manifestou.
A construção da nova fábrica da cervejaria foi anunciada em dezembro do ano passado, com perspectiva de investimento de R$ 1,8 bilhão. Em agosto deste ano, a empresa recebeu autorização para iniciar as obras. Mas o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade entrou com uma ação contrária a instalação no terreno pretendido pela empresa.
A alegação, acatada pela Justiça, é que as informações apresentadas pela Heineken foram insuficientes para comprovar que não haverá impacto ambiental irreversível às cavidades da Lapa Vermelha.
No mês passado, o Ministério Público (MP) instaurou um inquérito civil para apurar se há possibilidade de impactos ao patrimônio cultural da região. Além disso, chegou a recomendar à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) a suspensão da licença, o que não foi acatado.
A preocupação envolve o sistema hidrológico da região, além do temor em relação a impactos negativos e poluidores do sítio arqueológico. Próximo do local em que seria construída a fábrica foi descoberto o crânio de Luzia, fóssil humano mais antigo das Américas.
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